A alimentação é um fator fundamental para o ser humano.
Uma alimentação saudável é sinónimo de bem estar e saúde, tal como uma alimentação incorreta conduzirá seguramente a problemas para o organismo e em consequência disso vários tipos de patologias.
A dietética ocidental fundamenta-se na análise dos constituintes dos alimentos, mais uma vez é a quantificação e a medição dos valores resultantes dessas avaliações. Neste campo, temos que ter sempre em atenção as Calorias, as Proteínas, os Lípidos, os Glúcidos, bem como as vitaminas, os sais minerais, os aminoácidos e os oligoelementos. Felizmente, esta área, está amplamente estudada e a ser aplicada, por isso vamos voltar à Dietética Chinesa.
Assim, e no seguimento do post anterior, sobre o Outono e o movimento metal, pensei que poderia aprofundar um pouco mais as questões ligadas à alimentação, e uma vez que toda a teoria que está por detrás da Medicina Tradicional Chinesa é de ficar em equilíbrio e em harmonia com a natureza, faz todo o sentido mostrar um pouco mais os conceitos básicos da dietética chinesa.

Quando falo em propriedades dos alimentos, em MTC quer dizer, que se tem que conhecer as suas características energéticas, tais como o sabor do alimento, qual a sua natureza térmica, a sua direcção e o seu tropismo. Tal como conhecer as diversas formas de os preparar, porque nesse momento também estamos a dar uma carga energética à comida.
Como estamos no Outono, e outono sendo Metal, o Sabor picante fica em destaque.
O Picante promove estímulos nas funções dos diferentes órgãos.

O efeito que o Picante tem no Baço/Estômago ou seja no movimento Terra é que faz mover, transforma e elimina a Humidade. No Fígado / Madeira ajuda a desbloquear a sua energia e trata da estase do sangue. Já nos Rins / água tonifica o seu lado Yang. Por fim, no coração / Fogo o sabor picante mobiliza a Qi e o Sangue.
Uma última nota no que toca ao Picante que ingerido em excesso vai ter um efeito negativo em todos os movimentos.

Passando ao Doce (Terra), ele tonifica e hidrata o Pulmão, o seu Qi e o seu Yang ou Yin dependente da natureza do alimento. Por fim o Salgado frio (ex: Algas) ajudam a transformar o fleuma calor.
Confesso que estes últimos parágrafos foram um pouco massudos e até demasiado técnicos, mas a sua importância é inquestionável para vermos a relação que existe entre os alimentos e o nosso corpo.

Depois destas noções, vou passar a indicar alguns alimentos pertencentes ao movimento Metal.
Assim dentro dos cereais temos o Arroz, a cevada, a aveia.
Nos legumes constam o Rabanete, o Alho, a Cebola e Cebolinho, o Alho francês, a Salsa.
O Atum e a Sardinha (que alguns autores atribuem à madeira) são os peixes.
Já a Santola, Caranguejo, Lavagante, Lagostim, Camarão e Lagosta são os Crustáceos e Mariscos.
Queijos com especiarias e picantes também se juntam a esta lista de Metal.
Nas bebidas alcoólicas, o Vodka, Wiskey, Saké, Champanhe e Vinho branco seco também são Metal.

Mas na realidade, nem sempre temos presente todas esta informação, então nada mais fácil do que ir pela cor dos alimentos. Sabemos que o Branco é a cor do Metal, então voltando algumas linhas atrás podemos constatar que nas carnes maioritariamente temos as denominadas carnes brancas, tal como acontece nas bebidas com as bebidas brancas como o Vodka, Alho e Cebola são brancas. No marisco passa-se a mesmo coisa, a sua carne é branca.


Outra aspecto fundamental para ficar em sintonia com meio ambiente é o de procurar comer os alimentos da época e da região.
Muito mais haveria por dizer, mas creio que consegui atingir o objectivo que é o de mostrar a base da dietética chinesa e como ela é diferente daquilo a que no ocidente estamos habituados, e que mais uma vez todo este raciocínio provém de uma lógica e que o fundamental é o de ficar em harmonia e em equilíbrio.
Sem comentários:
Enviar um comentário