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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Festival das Lanternas - 元宵節 (Yuánxiāojié)


Com a chegada da primeira lua cheia do calendário lunar, termina a época das comemorações do ano novo Chines. Passaram 15 dias cheios de rituais, superstições, reuniões familiares, muita comida, bebida e músicas típicas, e para terminar temos o Festival das Lanternas, que marca também o retorno da primavera.



Este, é um festival cheio de luz, beleza e encanto, e mais uma vez cheio de particularidades.

Vamos começar pelo princípio, e o princípio leva-nos para mais de 2000 anos atrás, e para o início da dinastia Han (entre 206 a.C e 220 d.C), e para o Imperador Han Mingdi,  grande defensor do budismo no país. Conta a história, que o Imperador ouviu, que alguns monges, no décimo quinto dia do primeiro mês lunar, iluminavam com lanternas os templos, mostrando deste modo respeito ao Buda. Então, ele ordenou que todos os templos, casas e palácios reais acendessem lanternas nessa noite, e gradualmente, passou a ser um costume fazer isso por todo o império.


Mas, há quem diga, que a origem do festival vem do primeiro imperador a unificar a China, Qin Shihuang,  ordenando que as cerimônias fossem realizadas neste dia, como forma de adoração à Tai Yi, o Deus dos Céus, na esperança de receber bênção e graça divina. 

Mais tarde, o Imperador Han Wudi tornou este evento uma celebração oficial, e que durava até o dia seguinte.


Encontrei, ainda, outra versão quanto às suas origens. Segundo esta lenda, nos tempos antigos, uma Garça sagrada azul, desceu dos céus até a terra, mas durante o voo a criatura divina perdeu-se, e os aldeões com medo que ela fosse uma besta feroz mataram-na. O Imperador de Jade, ao saber que a sua criatura favorita tinha sido morta por humanos, ficou extremamente chateado e cheio de raiva. Então, deu ordem ao seu exército para que destruísse a aldeia. Para sorte dos aldeães, a filha do imperador de jade, que era uma deusa graciosa e bondosa, avisou-os das intenções do pai. Com a notícia, entraram em desespero, mas um velho sábio engendrou um plano para se conseguirem salvar, e instruiu que todos pendurassem lanternas vermelhas ao redor das suas casa, e que, ao mesmo tempo soltassem fogo de artifício, simulando deste modo um grande incêndio. Quando o exército do imperador chegou  para destruir a aldeia, viu as luzes, o fumo, ouviu o barulho das explosões, acharam que a vila já estava a arder e voltaram para trás. Desde então, para celebrar a sobrevivência da aldeia perante esta crise, as pessoas acendem lanternas.


Seja qual for a origem, O Festival das Lanternas, ou “元宵節” (Yuánxiāojié), como é chamado em mandarim,  tem grande importância, tal com o seu nome indica, pois ele se relaciona com o primeiro mês do ano (yuán), e com uma palavra chinesa antiga para noite (xiāo), ambas têm grande significado para a cultura chinesa.



Para além de acenderam as lanternas, outros hábitos e rituais são característicos deste festival, como o de se comer yuanxiao, ou tangyuan, que é um pequeno bolinho de massa em forma de bola, feito de farinha de arroz glutinoso ou de farinha de trigo, com recheio dentro e que podem ser cozidos na água, no vapor ou podem ser frito. A forma redonda do bolinho simboliza a união e coesão da família.  Tradicionalmente, o yuanxiao tinha recheios de açúcar, nozes, gergelim, pétalas de rosa, casca de tangerina adoçada, pasta de feijão vermelho, tâmara, pasta de semente de lótus ou frutos secos, mas atualmente, é mais comum terem recheios salgados, com carne picada, legumes ou uma mistura dos dois.

Sendo a China um país muito grande, existem vários tipos de yuanxiao, mas o hábito de comer esses bolinhos recheados, com a família reunida e numa atmosfera alegre, é a parte mais importante deste dia, é como uma superstição para atrair boas energias.


 

As tradicionais lanternas eram grandes e coloridas, eram arredondadas e muitas vezes imitavam a arquitetura chinesa antiga. A estrutura era, geralmente feita de bambu, e depois era coberta com papel colorido ou seda, mas atualmente, as folhas são de plástico e cobrem armações de arame.

Seguindo outra tradição, que remonta da dinastia Song (960-1279), as lanternas têm penduradas ou fixas escritas em papel, com adivinhas ou enigmas, e quem conseguir decifrá-las tem direito a um pequeno presente. É uma atividade interessante, divertida e que permite transmitir sabedoria, o que a torna popular entre todas as classes sociais.

Para além do já falado, realizam-se outras actividades sociais e que variam conforme as diferentes regiões da china, mas o lançar fogo de artifício, fazer a dança do leão e do dragão, ou andar com “pernas de pau” são dos mais habituais.

Os chineses nesta noite, também gostam de apreciar a lua cheia que brilha no céu.

Qualquer motivo é bom para festejar, agora tem mais um, acenda uma lanterna, escreva um enigma, reúna-se com a família e aprecie a Lua.


 

 
















terça-feira, 25 de agosto de 2020

Entrega diplomas curso da APA-DA (Associação Portuguesa e Disciplinas As...



Cerimónia de entrega dos diplomas APA-DA, Março de 2007.
Depois de 5 anos de curso, que começou no ano lectivo de 2000/01 finalmente a cerimónia de entrega do Diploma.
Foi o culminar de uma etapa e o inicio de outras, porque quem começa este trilho nunca mais pará de aprender e de estudar.
Agradeço profundamente a presença dos familiares e amigos que partilharam comigo este momento.
É bom ver este video e recordar alguns, dos colegas que fizeram este caminho comigo, Teresa, Paula, Sofia, Mário, Paulo também aparecem, pena não estarem mais pois foram muitos os que me marcaram.
O caminho é feito caminhando, e todos os dias dou mais um passo em frente e estas pequenas vitorias dão mais sentido à viagem.









七夕节 Qīxì jié (Dia dos namorados chinês)


O dia dos namorados na China – China Link Blog de Importação ...

七夕节 Qīxì jié

(Dia dos namorados chinês)

 Para os chineses hoje é o dia dos namorados

O Festival Qixi acontece no sétimo dia do sétimo mês lunar, por isso ele é chamado de “noite do sete”. Este ano calha a 25 de agosto.

Reza a lenda que o Imperador Celestial tinha sete inteligentes e belas filhas. A mais nova era a mais bonita, bondosa, e com um talento natural para tecer. Por isso era chamada de jovem tecedeira Zhīnǚ ( 织女 ). Todos os dias a sua avó wangmu niangniang ( 王母娘娘)decorava o horizonte com as sedas feitas por ela. Essas sedas aos olhos dos humanos eram as nuvens.

Mas as rigorosas restrições impostas pela  avó, faziam a jovem tecedeira viver uma vida solitária e enfadonha. Um dia espreitou para o mundo dos seres humanos, e sentiu-se atraída pela beleza da Terra e resolveu desafiar as suas irmãs para descer à Terra, e irem banhar-se num rio de águas límpidas.

Na mesma lenda, existia um jovem pobre, que ainda criança ficou órfão e passou a viver com o seu irmão mais velho e com a sua cunhada, mas ele eram maus e o maltratavam. 

O pobre rapaz era obrigado a trabalhar o dia tudo e a dormir no estábulo junto do boi da família. Com o passar dos anos foi crescendo e o criando amizade com o boi, passando se a chamar de boieiro Niúláng (牛郎). Niúláng, certo dia foi expulso de casa com o pretexto que devia criar a sua própria família e ficou apenas com o velho boi. O jovem e o boi eram inseparáveis e quando o rapaz estava deprimido, contava suas mágoas ao boi que verdadeiramente compreendia seus sentimentos. Tal como também só o jovem boieiro era capaz de saber o significado do mugir do boi.


Quis o destino que no dia em que as deusas se foram banhar no rio, Niúláng tenha conduzido o boi até à beira desse rio para lhe dar de beber. 

Chegando às margens do rio, Niúláng deparou-se com as jovens a divertirem-se nas águas. A jovem tecedeira foi a que lhe chamou a atenção, por ser a mais bela e encantadora. Ele ficou imediatamente hipnotizado pela beleza de Zhīnǚ. 

O boi percebeu que o coração do dono palpitação pela jovem disse-lhe para esconder as roupas dela, pois com certeza ela iria ser sua esposa.

Festa das Raparigas Solteiras ou das Sete Irmãs (七夕節) | Revista ...


Hesitou no início, mas depois seguiu o conselho do boi e recolher a capa mais bonita e que pensou ser de Zhīnǚ. 

Ao darem conta que não estavam sozinhas as deusas apressaram se a se vestir e a regressarem para os céus mas como Zhīnǚ não tinha a sua capa não podia fugir e foi abandonada pelas irmãs.

A tecedeira. Zhīnǚ não sabendo o que fazer e preocupada com o que lhe aconteceu, começou a chorar.


Como pena dela, Niúláng apareceu e devolveu lhe a roupa. Mas ao olhar para ela ficou completamente apaixonado e, num impulso pediu-lhe em casamento. A jovem tecedeira ficou muito comovida pela sinceridade das palavras, e aceitou humildemente a proposta. 

Também desta forma, ela poderia deixar para trás a vida enfadonha que tinha no Céu, e experienciar a feliz existência das jovens da Terra. 

Assim, eles casaram-se e tiveram um casal de filhos, e viveram extremamente felizes durante muito tempo.


O boi, assistiu durante algum tempo a essa felicidade, mas estava cada vez era mais velho, e quando estava às portas da morte fez uma revelação ao seu amigo. Ele teria sido um imortal celestial, mas por erros próprios foi castigado e relegado para a terra. E, disse-lhe para depois de ele morrer, o boieiro lhe tirar e guardar a sua pele pois, numa situação de aflição poderia ser útil.

 

Um dia, uma velhinha bateu a porta de casa deles. Era a avó wangmu, que finalmente encontrava a neta. 

Zangada pela tecedeira ter abandonado as suas obrigações no palácio celestial, forçou-a a voltar para os céus.

Festa das Raparigas Solteiras ou das Sete Irmãs (七夕節) | Revista ...

Os filhos ao assistirem a isto, começaram a chorar e o barulho alertou Niúláng. Ao ver a sua amada ser levada pelos ares, lembrou-se das palavras do boi e foi buscar a sua pele. Agarrou nos filhos e guiado pela "boi" voaram em direção as elas. No momento em que estavam a alcançá-las, wangmu tirou da cabeça um travessão e fez um risco no céu, e logo se formou um enorme e tortuosos rio entre eles, e que era impossível de atravessá-lo.

A partir daí, o casal manteve se separado, cada um em sua margem deste rio celestial ( via láctea  ou como é conhecido na China, rio de prata yin he (银河). 

Niúláng, não se quis afastar das margens do rio celeste, e Zhīnǚ desinteressou-se pela tecelagem. 

A lenda diz que o pai transformou se na estrela Niulang (牛郎星) ou estrela Altair e a mãe na estrela zhinu (织女星) ou estrela Vega. Os dois filhos se tornaram as duas estrelas que ladeiam e acompanham sempre o pai.


Do Outro Lado do Mundo: Festival Qixi - Dia dos Namorados na China


Ao fim de alguns anos, ao ver o amor que unia a família que tinha separada, o imperador celestial se comoveu, e autorizou a que a família se juntasse novamente, com a condição que a união apenas ocorra uma vez a cada sete dias (mei qi ri ,每七日). Mas a pega, que era a ave mensageira, ao transmitir a ordem enganou-se e disse: mei qi xi, 每七夕) , ou seja, a cada sétima noite da sétima lua.

Desde então, todos os anos quando chega o sétimo dia da sétima lua, as pegas do mundo interno para se redimirem do erro, voam para o céu para formarem uma ponte sobre o rio celestial, para que assim a tecedeira Zhinu, o boieiro Niulang e os seus filhos se encontrem.


Também, segundo a lenda, na madrugada deste dia cai sempre uma chuva miúda que é formada pelas lágrimas de Zhīnǚ ao se separar de sua família.


Assim é a lenda “Da Tecedeira e do Boieiro”, e como bela história de amor que é, se tornou no Dia dos Namorados. 


Do Outro Lado do Mundo: Festival Qixi - Dia dos Namorados na China